31 de março de 2010

Permanentemente gravado nas sinapses #2


"Somebody swallowed it?"





Gentis leitores, junto a vocês me confesso: sou apaixonada por musicais. Fiquem contentes por não vos impôr material do La Féria (que abomino) e por não vos ter já assustado com Rogers & Hammerstein. Mesmo com a minha reduzidíssima audiência, acho que espantava todos os que me lêem.

Ao fim da tarde trauteio frequentemente estas duas. A Sara Ramirez, mais conhecida como Callie na Anatomia de Grey, tem um belo par de pulmões e caretas a acompanhar para interpretar a diva Lady of the Lake. Fora youtubes por essas bandas, gostaria de a ter visto ao vivo na Broadway, bem como ao David Hyde-Pierce e ao Hank Azaria.

Antes que me esqueça (já atrasado)

Bem-vinda, Matilde!

New kid on the block

© Disney (porque não me está a apetecer nada ser processada)

Em conversa com uma das minhas melhores amigas, discutíamos as desvantagens de chegar algures para estudar, trabalhar, etc., relativamente tarde, com os grupos de amigos já desenvolvidos.
Fora a fase adolescente que, como a Luna já demonstrou, é suficientemente parva para sofrermos de amnésia selectiva, referíamo-nos especificamente ao grupo de trabalho (a minha amiga) e em relação a reentrar no mundo dos blogs (eu). Já houve tempo suficiente para amizades, hábitos, partilhas e confusões acontecerem, ligações das quais eu não fiz parte ou me limitei a assistir, dentro dos meus favoritos. Esta desvantagem foi suficiente, entre outras razões, para me afastar da parte activa dos blogs e participar apenas como comentadora pontual durante muito tempo. Até me aperceber que continuava a achar piada a escrever e aparvalhar partilhar com os meus amigos (presentemente a esmagadora maioria dos leitores), continuei afastada, até um dia...
Agora que fui ver, a casca já tem dois meses e uns pós e não só não desisti como a vontade de partilhar aumentou, embora o tempo por vezes escasseie. Prevêm-se mais posts, muitíssimo mais interessantes de qualidade discutível, directamente proporcional à minha disposição :)

Quem me dera umas botas de sete léguas!

via Doubt that the sun doth move (orig. Albert Camus)
Dedicado à C. aos 3N (letra prolífica!) e aos que ainda estão para vir

Mostrem-me um grupo de desconhecidos que, sem hesitações, escolherei como potencial amigo alguém que vive ou viverá longe de mim. Happens every time. Claro que até distâncias de 800 km se resolvem facilmente, sobretudo num país tão pequeno como o nosso; já horas de avião desanimam um pouco, quando a alternativa poderia ser correr lá abaixo e tocar à campainha... Três vivas ao email e ao facebook por encurtarem as malditas, incómodas, por vezes intransponíveis, distâncias!

Em contrapartida, tenho antigos colegas de escola como vizinhos; estas amizades foram perdendo força com os anos (se é que alguma vez a tiveram). Agora estão mesmo fora do prazo, prestes a azedar. Num destes casos, terminar esta amizade que já significou muito é infinitamente mais difícil do que começar outra, mesmo se o amigo se transfigurou em algo que já não reconhecemos.

26 de março de 2010

Not a brand junkie, #1: Edição bebidas


Quando não há tempo, paciência nem inspiração para escrever coisas de jeito, fazem-se posts mais simples. Este é dedicado à P. Futuras aparições trarão o nosso Shóne, prometo!


Isto é fantástico. Não é bem "limon & nada" porque, guess what, tem carradas de açúcar, mas é muitíssimo viciante, refrescante e não tem gás. Para além disso, o design lembra as garrafas de vidro, é alegre e um pouco infantil, o que se adequa a quem que, como eu, mantém a criança interior bem viva dentro de si!

12 de março de 2010

Menina da cidade


Um destes dias, uma gaivota passou de rajada a menos de 20 cm de mim. A esfaimada ia certamente em busca de uma apetitosa tainha nas águas turvas do Tejo, mas o meu salto foi tão grande que parecia ter avistado um dodo ressuscitado, logo em Lisboa*!


*Agora que pensamos nisso, teria sido um belo furo jornalístico. Hesito na estação de TV/Rádio a contactar e os diálogos na minha cabeça dariam outros posts.

11 de março de 2010

E por hoje é só isto #2



True friends stab you in the front.” (Oscar Wilde)


Podia dizer que a amizade é das coisas mais importantes da vida. Podia dizer que se define alguém pelos seus amigos - comigo teriam azar porque os meus formam um grupo muito heterogéneo - ou que sem amigos não se pode ser totalmente feliz. Que opção é verdadeira? D: All of the above, and then some.

Não faço amigos facilmente. Sou desconfiada, mas distraída e incapaz de fingir na esmagadora maioria das situações. Já investi em amizades sem futuro por interpretação errada de intenções de um amigo da onça, já dei mais de mim do que mereciam. O tempo e a assertividade tomaram rédeas na minha vontade de ser amiga de toda a gente, já que, sejamos sinceros, nem toda a gente o merece*, plain and simple.
Nos momentos em que consigo sentir a amizade a nascer - palavra demasiado simples para o instinto quase gutural que retira as camadas com que nos apresentamos aos outros, ao reconhecê-la no seu estado puro, natural, verdadeiro - lenta e genuinamente, transfiguro-me. A desconfiança e distracção minguam; a genuidade, essa, é defeito de fabrico.

*Ao contrário do que diz a Mo'Nique, nem toda a gente merece ser amada. Perdoada, com certeza. Amada, tenho as minhas dúvidas.

6 de março de 2010

Awesome siblings, #2: a duet



Acabo de chegar de uma sessão pouco habitual de miniconcerto doméstico com homenagem semi-póstuma a dois grandes senhores da música mundial: David Bowie e Freddie Mercury. Não sei se eles a apreciariam dado o instrumental ter sido interpretado pelo V. em Guitar Hero (pelo menos é melhor que SingStar) e a voz ter sido maioritariamente minha, que felizmente chega aos agudos todos sem se espalhar.

(Nota: Eu e o meu irmão V. temos a sorte de ter crescido a ouvir mais pop/rock portuguesa e anglófona, entre outros estilos - sobretudo jazz e bossa nova - do que muito boa gente. Claro que na adolescência fugimos para prazeres agora soberbamente culpados como boy/girlbands muito pirosos, bem como o ocasional Netinho ou Britney Spears, mas isso são águas passadas. Voltámos à casa-mãe como filhos pródigos que continuam a beber dessa fonte interminável que é a (boa) música).

4 de março de 2010

E por hoje é só isto

"Reservo-me o direito de ser infeliz"- O Selvagem, Admirável Mundo Novo

3 de março de 2010

Chegou o dia

em que tenho de dizer adeus a um amigo muito querido.
Amparaste-me nos momentos de cansaço, divertiste-me com as tuas historietas que mudavam todas as semanas, trouxeste uma nova cor à minha vida que foi mudando com as estações. Contigo aprendi a plantar as raízes e construir os alicerces de novos projectos, que cresciam à medida do nosso contentamento.
Chegou no entanto um ponto sem retorno. As raízes murcharam, os alicerces ficaram destruídos. Tu bem que reclamaste a minha atenção renovada, mas é demasiado tarde.
Lamento meu querido, mas estou demasiado crescida para ti.
Até à próxima, querido Farmville.

My favourite

Não basta a simples empatia,

Não chega o mero encantamento;
Há que escutar o chamamento,
Responder ao fascínio com ousadia.
Porque o tempo impõe a sua tirania,
E hoje já é ontem num momento;
E no amanhã resta o pensamento,
De como aquele belo rosto seduzia.
No mesmo local mas em outro dia,
No mesmo instante mas desatento;
E pelos desencontros fica o lamento,
Uma dor surda e amarga melancolia.
Porque não basta apenas vontade:



Nada está decidido no amor. Mesmo que seja isso que queiramos, um amor genuíno, cúmplice, espontâneo, estúpido, é justamente raro. Quantos de nós estarão dispostos a amar sem reservas, sem garantias, sem vantagens? Enquanto a poesia acima é, quanto a mim, belíssima na ilustração do acaso no amor, houve quem se expressasse com definitiva síntese em prosa, mas nunca é demais lembrar. Amor é esta dualidade inexplicável entre momentos de tortura e felicidade absolutos.

"O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto." (Miguel Esteves Cardoso)

Work in progress

(aviso à navegação: post ligeiramente lamechas à frente)

Impulsividade selectiva. Cultive-se um filtro que permita evitar as parvoíces não apropriadas para a situação, mantendo os instantes de génio e epifania que, sendo raros, me sabem pela vida. Perder o medo de tentar, sem deixar de ter dúvidas, porque posso tê-las, independentemente da velocidade ou mesmo garantia da sua resolução. E isso faz toda a diferença.

1 de março de 2010

O que nos contam as mãos

A propósito de um artigo da Sábado desta semana (página 90), dei comigo a pensar no significado das nossas mãos.


Há quem repare nos olhos, pés ou carteira dos restantes, eu foco-me nas mãos. Por alguma razão que me escapa, vejo mais beleza nas marcas, sinais, rugas ou alergias do que num membro impecavelmente hidratado sem falha na manicura.  
No grupo de entrevistados do artigo, praticamente todos tinham marcas decorrentes da sua profissão - cortes, restos de tinta ou algo menos directo ao olhar - excepto duas: a modelo de mãos e a prostituta de luxo. Para ambas, por razões diferentes, as suas mãos não podem sofrer alterações. São uma tela e branco, imcomparáveis às obras de arte dos restantes..

24 de fevereiro de 2010

Schotaque aschim, só na Gergóvia! ou I have an awesome brother

Acto I, Cena I.

Entra V. armado de escova de dentes entre os beiços, tapando a eventual gosma mentolada com a mão esquerda debaixo do queixo.

V.
Shrrabiarshh sque o Barkl eshtá mnu quicker?

J. retira os fones das orelhas. 

J.
Hã?

V.
Shrrabiarshh que o Barkl, aquele que goshtash de ouvir, eshtá mnu quicker?

J.
Quem está no quê?

V.
Mnu Quicker! 

V. [aparte]
Então mas ela não percebe? 

V. 
No pácharo ajul! O Quicker!

Silêncio. Escova sai finalmente de entre os beiços de V., que, frustrado, ri.

J.
Ah, o Twitter!

V. volta a pôr a escova de dentes no seu lugar de direito, após a resolução do mistério.

V.
O Barkl! Tem dkfjffiu(indecifrável)dfkjffj-entos scheguidores lá no pácharo ajul.

Irmão mai'novo sai, para concluir a sua rotina nocturna. Retorna à boca de cena alguns minutos depois, já sem vestígios das suas abluções para além de uma leve e agradável fragrância fresca que paira no ar.

V.
Mana*, vai ver o freedomhouse.org, têm lá informações muito fixes. Estou a usá-lo no meu trabalho.. Nesse site não consideram a China um país livre ou independente :)

*sim, sou carinhosamente chamada de mana pelo meu irmão. Pelo contrário, eu chamo-lhe diminuitivos muito mais fofinhos (como Peste).

23 de fevereiro de 2010

21 de fevereiro de 2010

Madeira


 
Todas as fotos @ Sol

Tudo o que qualquer um de nós possa escrever não chega para descrever o choque e sofrimento na belíssima ilha da Madeira. Muita tinta vai correr devido às causas e consequências deste desastre, mas neste momento só interessa cuidar dos sobreviventes e procurar os mortos. Hoje, somos todos madeirenses.

20 de fevereiro de 2010

Os meus Avós

E agora algo completamente diferente:
Porque toda a gente precisa de mimos de vez em quando, vou passar o fim-de-semana com os meus avós.
A minha Avó Z. é uma mestre dessa fantástica disciplina: espantosa nas artes do bom-humor, cozinha e conversa (em variadíssimas línguas), amante de séries de televisão e música maravilhosa que atingiu o zénite quando eu ainda não era nascida, mãe-galinha e dona de uma das mentes mais abertas que conheço. Seriously, I love that woman. O meu Avô V. tem uma biblioteca e discoteca invejáveis que desde sempre me habituei a namorar, é um dos melhores fotógrafos que conheço e joga ténis todas as tardes com o mesmo gosto de há 50 anos.
Last but not, never ever least, o meu Avô R. e eu temos uma relação atípica (pelo menos nos tempos que correm) desde há uns anos para cá. Sempre que vou a casa dele tenho algo à minha espera: salada de polvo, uma mensagem especial, fotografias de outros tempos para eu ver, um pedaço de tecido ou uma peça de roupa que foram da minha avó M. Acho que foi dele que herdei esta minha vontade de aprender mais sobre tudo um pouco -  teve vários hobbies ao longo da vida, desde bombeiro socorrista a arrumador nas touradas, para assistir de borla (!). Como todos os homens de que mais gosto, não fala muito e mostra as suas verdadeiras cores pelas acções, não pelas palavras.
São e foram, cada um à sua maneira, grandes pais. Vou muito adiantada em relação ao dia dos Avós, mas fica aqui a lembrança e pequena homenagem, até porque não os vejo há algum tempo.

Adenda relativamente ao post anterior: Wee, já me consegui inscrever no que queria :)

Um-do-li-tá, cara de amendoá

Quando nos apercebemos de que somos a única pessoa do nosso curso numa cadeira cujo programa é, por falta de melhor palavra, riló na sua essência engenheiral de catalogar tudo até à última geração, chegamos à conclusão de que é melhor ir ler as outras propostas para o segundo semestre. Porque planear os próximos seis meses pode, segundo o que almas simpáticas tendem em dizer-nos, decidir a nossa carreira no futuro. (O que até é útil quando, aos 21 e 3/4, não fazemos a mínima ideia do que vamos fazer em Setembro do ano que vem - segundo alguns professores, o nosso futuro está em caixas de supermercado ou um nome no centro de emprego. Para todos, um óptimo dia ;)).
Como a Lei de Murphy é mais do que provável nestas alturas, o sistema informático da FCT está em manutenção ou lentíssimo enquanto estou a tentar mudar a cadeira de opção. CLIP, I love you to pieces!

Adenda inteiramente relacionada: Para os meus professores, mentores desde o primeiro dia: um dia escrevo-vos cartas de agradecimento, pela inspiração que me deram nos anos que passamos juntos. Agora os idiotas que de vez em quando teimam em pulular pelos estrados, desmotivando alunos e funcionários por igual e agindo de forma menos madura do que uma criança na creche, um cumprimento à Joe Berardo para todos vocês. 

19 de fevereiro de 2010

Crónicas da Androginia #1

  
de Jornale Curitiba                                de The Non-Blonde

Desde que me conheço que me sinto confortável tanto em lojas de ferragens como em perfumarias e lojas mais vaidosas do género.

Orgulho (parte I)

Pride is an admission of weakness; it secretly fears all competition and dreads all rivals. (Fulton J. Sheen)
Um dos significados do orgulho é traiçoeiro e enganador. Não há consequência nenhuma do orgulho nas características que não podemos mudar ou que não controlamos totalmente - provavelmente não há quem se orgulhe dos problemas congénitos no coração ou da esquizofrenia. Ter orgulho em ser caucasiano, na cor dos olhos ou na nossa religião não faz sentido para mim. O orgulho irracional em relação a algo que nos foi atribuído aleatoriamente não é algo de que queira fazer parte. 
Tive sorte em ter nascido numa época em que podia votar, casar-me e viver livremente, num local do planeta que me reconhecia esses direitos. Orgulhar-me-ei se contribuir com algo palpável para o meu país, o meu continente, o meu planeta.


A man may and ought to pride himself more on his will than on his talent. (Honoré de Balzac)
O outro significado do orgulho centra-se nas acções: os projectos em que participamos, que podemos criar, alterar, ajudar, correspondendo e ultrapassando as nossas capacidades. Orgulho-me das relações que ajudei a criar e manter com as pessoas importantes para mim. Orgulho-me dos meus feitos e nos dos que amo, nas vitórias e desafios alcançados, por pequenos que sejam. Do trabalho, do esforço, do prazer na aprendizagem - aliás, a minha apresentação facebookiana é precisamente essa: serei para sempre uma aprendiz. Foi por isso que vim para ciência, para aprender um pouco mais cada dia, para me fascinar com o conhecimento partilhado entre todos.

De que se orgulham vocês?



Mini-Férias no Norte: Sightseeing

Nesta semana de Carnaval fui com a família para os lados de Aveiro.
Enquanto lá estivemos, passeámos bastante: Águeda, Aveiro, Seia, Serra da Estrela, Porto, Póvoa do Dão, Vila do Conde.
Na Serra, o piquenique da A. foi uma ideia fantástica - estava tanta gente que não conseguimos chegar à Torre. Estão a ver a pequena casa em ruínas da primeira imagem? Desci quase até lá no meio de tombos e muito riso. Prefiro mil vezes neve, campo ou cidade a praia e só tive pena do pouco tempo que lá estivemos.
 

O destino seguinte foi a Póvoa do Dão, uma pequena aldeia medieval recuperada numa encosta. Eu e o meu irmão V. apaixonámo-nos por um gato que por lá andava... Se não fosse o ciúme da minha Ruca ainda tinha pensado duas vezes em trazê-lo para casa, mas parecia bem tratado pelos donos do restaurante :)

 


Aproveitámos também para algumas compras, que depois mostro aqui.

11 de fevereiro de 2010

La Mala Educación

"A verdadeira educação consiste em pôr a descoberto ou fazer actualizar o melhor de uma pessoa." (Mahatma Gandhi)


Ontem, numa ida às compras com a minha mãe, loja sim loja não onde entrávamos ninguém nos respondia ao "Boa tarde" que dizíamos ao entrar. O cúmulo foi quando chegámos à Biju dos Armazéns do Chiado. A loja estava quase às moscas, por razões que seriam aparentes muito em breve. 
Nesta loja, as empregadas cantavam alegremente a música das aparelhagens e discutiam em estilo revisteiro e em grande detalhe sobre o caminho entre as suas casas e a loja, com as vantagens e desvantagens de cada transporte que usavam. A minha mãe e eu estávamos a namorar umas clutches muito engraçadas em saldo quando a empregada me deu um encontrão na sua animação da conversa com a colega. Eu fiquei sem palavras - o que não é comum em mim - e perguntei, "Mãe, vamos embora? Acho que já chega, elas devem querer ficar sozinhas" (a falar dos seus mais recentes telemóveis). As empregadas ficaram chocadas, suponho que por lhes termos dirigido a palavra, sem duas clientes e a loja ainda mais vazia do que quando entrámos.
Bolas, há um meio-termo entre a empregada demasiado solícita que conseguiria vender um champô a um careca e estas duas meninas, que desprezavam toda a gente que entrava na loja - precisamente as pessoas que podem ajudá-las a serem promovidas com as suas compras, ou contribuir para o seu desemprego com a sua ausência.

Momentos perfeitos #2

 

Chocolate quente acompanhado de torradas numa tarde gélida de Inverno, para acabar em cheio uma ida aos saldos com a minha mãe.

6 de fevereiro de 2010

Cidade etérea

Na viagem de barco de hoje, ao meio dia, ainda havia nevoeiro. No início da viagem tudo ao redor era bruma, o que só me fez lembrar a viagem para Avalon*. Como me sento à janela, fui olhando lá para fora e a certa altura, o nevoeiro descerrou e começou a descortinar-se uma silhueta muito diferente daquela à que estamos habituados. Os prédios altos estavam ainda escondidos, as figuras mais discerníveis eram sinuosas, brilhantes - conseguia vê-las mudar pelo canto do olho, quando olhava em volta. Era muito poético, quase como se o traço da cidade estivesse a ser alterado pela natureza, deixando-nos ver os vários cenários de Lisboa, tanto reais como hipotéticos.

Poucos minutos depois, já conseguia distinguir os traços habituais da cidade, os prédios, jardins e barulhos de sempre. Por um minuto, no entanto, foi e não foi Lisboa.

Quando saí do barco vim a matutar comigo mesma, logo tu que nunca és lamechas, mas este momento fez-me parar, esquecer a manhã estupidamente surreal que tive, deixar a mente vaguear... E gostei tanto da lembrança que a escrevi, para me lembrar e a partilhar. 

 *sim, eu li os 4 livros inteirinhos - aos 13 anos, guilty pleasure assumido :)

Momentos perfeitos #1

Atracando, tirado à socapa pelo meu Nokia 5300 em fim-de-vida.

Ver os senhores da Transtejo a manobrarem o barco para atracar, especialmente os que partilham o trabalho com cordas (amarradores?). Cais do Sodré, 12h


Nota: Eu não costumo ser tão má fotógrafa, deve ter sido dos solavancos :P

T-11

11 dias de férias até ao próximo semestre! Finalmente posso dedicar-me a engraçados projectos vulgarmente denominados de "dormir", "namorar" e "não fazer nenhum". Viva o Carnaval, viva a pausa entre semestres :D

Fim dos exames!

Saí hoje do meu último exame do 1º semestre. As melhorias que podia fazer ficam para o ano, porque ao olhar para este horário de exames que passou apetece-me chorar - duas semanas e um pouquinho em cada época para 5 cadeiras, a mais curta que tive em 9 semestres na faculdade. Como estive adoentada na semana do meio da primeira época, estragou-se o método de estudo. Enfim, como disse uma colega minha, Setembro também é mês!

Este último exame, dizia eu, foi surreal. Comparando com matemática, a matéria dada e o exame de época normal pediam algo parecido com o Teorema de Pitágoras - acessível, simples, útil para o conhecimento em geral e relativamente rápido de fazer - e com a sorte que tenho, passei o exame indisposta e acabei por desistir. O exame de recurso pedia o equivalente à solução da Hipótese de Riemann em três horas, para meia dúzia de gente que tinha planeado a sua vida para passar apenas em recurso. Isto a seguir a ter perguntado a uma professora da cadeira se os dois exames iam ser semelhantes, ao que me respondeu que sim, isto era sempre tudo igual. Não percebo se quiseram chumbar toda a gente (not unlikely) ou se tiveram um acesso de criatividade para o exame que fiz hoje..

1 de fevereiro de 2010

Permanentemente gravado nas sinapses

Freddie & the gang. Nunca, nunca falha: pouco mais de três minutos e meio de alegria coesa, inteira. "Adoro esta canção" nem sequer começa a descrever o que sinto quando ouço as notas iniciais!



Agora, de volta ao estudo. Sábado ainda parece tão longe...

28 de janeiro de 2010

Great timing



Começar um blog em plena época de exames não ajuda à inspiração. Já deito Engenharia Bioquímica pelos olhos: nos meus sonhos, estou dentro de uns biorreactores com enormes cachoeiras. Preciso de férias!

26 de janeiro de 2010

Short and sweet

Se o Instituto da Forretice existisse, eu seria a Presidente. Pensando melhor, a tesoureira.

25 de janeiro de 2010

Como azeite e água,

um está sempre acima do outro. Tal é o caso entre o Ricardo Araújo Pereira e o Alberto Gonçalves. 


 


Cá em casa, todas as quintas-feiras temos uma competição cerrada pela Visão e a Sábado. Fora os artigos generalistas, as crónicas da última página são as mais comentadas, por motivos muito diferentes. 
O RAP trata quase sempre o assunto da crónica como uma maravilhosa cebola com camadas progressivamente mais complexa e delirantemente engraçadas, enquanto o Alberto Gonçalves (crónicas disponíveis online apenas em vídeo, do resultado da minha curta pesquisa) compensa a falta absoluta de humor com doses generosas de preconceito e enfado. Algumas das últimas crónicas são prova disso: Casamento homossexual? Não gosta, não vê a finalidade. Neve? É uma chatice, só serve para os urbanos, tolos com a novidade, se regozijarem alguns dias por ano. Esperam-se tópicos futuros acerca de amizade, a arte de criar algo com as próprias mãos, crianças, chocolate, leitura, aprendizagem e humor despreocupados, a vida em geral no que tem de melhor.
Entendo que o RAP possa não ter piada ou um texto genial todas as semanas, mas a mediocridade coenrente dos textos que li do sociólogo que não pratica o que prega inspirou esta comparação. No mundo do cinema, pensando na Mafalda, é comparar Martin Scorsese com Michael Bay: obras-primas com shock value destilado às massas.


23 de janeiro de 2010

Amizade



A friend is someone who knows the song in your heart, and can sing it back to you when you have forgotten the words. (Desconhecido) 

Passamos tanto tempo longe das raras pessoas com quem temos algo tão importante e duradouro em comum como a amizade, que estes preciosos momentos conseguem lavar-nos a alma..
Obrigada I., M., C., P. e D. por uma tarde como há tempos não tínhamos!


Girl crush #1


Kate Miller-Heidke (Official Youtube Channel)

Descobri-a ao ler a Maggie Mason com a música que, na minha opinião, a internacionalizou (The Facebook song - peço desculpa pela qualidade duvidosa). É muito teatral ao vivo e uma fantástica cantautora. Está na minha wishlist de CDs, pena que não venha cá a Portugal e que seja muito improvável que a consiga encontrar nos escaparates da Fnac...


22 de janeiro de 2010

Just a beat apart


Music is the shorthand of emotion. (Leo Tolstoy)

Cada nota, cada sílaba, mesmo quando contidas, pinta um pedaço desta história. Isto é música. A palavra "cantar" é fraca e pequenina ao pé desta magnitude.
Poucas coisas me fariam voltar atrás com tanta rapidez e vontade. As saudades de tentar contar uma história como esta em 2 minutos é uma delas; saber que haveria uma hipótese, mesmo que pequena, de conseguir singrar com muito trabalho e empenho só ajudam à minha tentação...

"Hey, I ought to leave the young thing alone,
But ain't no sunshine when she's gone"

20 de janeiro de 2010

Mouth, meet foot (1)

J: Tenho um queixo bolorento... (borbulhento)




Bem sei que já acabaram as aulas práticas da cadeira, mas será que o professor de Microbiologia Aplicada acharia engraçado retirar amostras da mandíbula inferior de uma fêmea de Homo sapiens, só para verificar se cresceria alguma cultura?

Didn't think so either..

Six years ago today

Ruca, Agosto 2009


A minha cadela fez 6 anos hoje. Se levarmos a sério o mito de cada ano corresponder a 7 anos de idade para os cães, ela faz aproximadamente 42 anos, que é o dobro da minha idade. Foi o meu primeiro caso de sucesso, após ter deixado morrer meia floresta de plantas...
Adora cenouras - coloca-as entre as patas e rói-as de uma maneira entre o coquette e o ansioso; se tivesse uma câmera decente deixava aqui o testemunho visual. Se tentasse fazer o que a Heather faz com o Chuck, os objectos levariam cerca de 3 1/2 milissegundos a atingir o chão, seguidos de um espirro!

É a minha feia, extremamente carinhosa, curiosa e doida. Imagino-a com 20 anos e ainda doida, faminta, carinhosa. Ao meu lado.


There is no psychiatrist in the world like a puppy licking your face.  Ben Williams

19 de janeiro de 2010

Na Casca de Noz



("The Universe in a Nutshell", Stephen Hawking)


In a nutshell: concisely, in essence, the nitty-gritty. Also: trapped, cornered.
(in The Urban Dictionary)
Na nossa casca de noz, viajamos todos os dias. A viagem, periclitante e vagarosa ou destemida e rápida, é nossa.
Bem-vindos à casca! Mind your feet and everyone else's, buckle up and enjoy the ride...