31 de março de 2010

Permanentemente gravado nas sinapses #2


"Somebody swallowed it?"





Gentis leitores, junto a vocês me confesso: sou apaixonada por musicais. Fiquem contentes por não vos impôr material do La Féria (que abomino) e por não vos ter já assustado com Rogers & Hammerstein. Mesmo com a minha reduzidíssima audiência, acho que espantava todos os que me lêem.

Ao fim da tarde trauteio frequentemente estas duas. A Sara Ramirez, mais conhecida como Callie na Anatomia de Grey, tem um belo par de pulmões e caretas a acompanhar para interpretar a diva Lady of the Lake. Fora youtubes por essas bandas, gostaria de a ter visto ao vivo na Broadway, bem como ao David Hyde-Pierce e ao Hank Azaria.

Antes que me esqueça (já atrasado)

Bem-vinda, Matilde!

New kid on the block

© Disney (porque não me está a apetecer nada ser processada)

Em conversa com uma das minhas melhores amigas, discutíamos as desvantagens de chegar algures para estudar, trabalhar, etc., relativamente tarde, com os grupos de amigos já desenvolvidos.
Fora a fase adolescente que, como a Luna já demonstrou, é suficientemente parva para sofrermos de amnésia selectiva, referíamo-nos especificamente ao grupo de trabalho (a minha amiga) e em relação a reentrar no mundo dos blogs (eu). Já houve tempo suficiente para amizades, hábitos, partilhas e confusões acontecerem, ligações das quais eu não fiz parte ou me limitei a assistir, dentro dos meus favoritos. Esta desvantagem foi suficiente, entre outras razões, para me afastar da parte activa dos blogs e participar apenas como comentadora pontual durante muito tempo. Até me aperceber que continuava a achar piada a escrever e aparvalhar partilhar com os meus amigos (presentemente a esmagadora maioria dos leitores), continuei afastada, até um dia...
Agora que fui ver, a casca já tem dois meses e uns pós e não só não desisti como a vontade de partilhar aumentou, embora o tempo por vezes escasseie. Prevêm-se mais posts, muitíssimo mais interessantes de qualidade discutível, directamente proporcional à minha disposição :)

Quem me dera umas botas de sete léguas!

via Doubt that the sun doth move (orig. Albert Camus)
Dedicado à C. aos 3N (letra prolífica!) e aos que ainda estão para vir

Mostrem-me um grupo de desconhecidos que, sem hesitações, escolherei como potencial amigo alguém que vive ou viverá longe de mim. Happens every time. Claro que até distâncias de 800 km se resolvem facilmente, sobretudo num país tão pequeno como o nosso; já horas de avião desanimam um pouco, quando a alternativa poderia ser correr lá abaixo e tocar à campainha... Três vivas ao email e ao facebook por encurtarem as malditas, incómodas, por vezes intransponíveis, distâncias!

Em contrapartida, tenho antigos colegas de escola como vizinhos; estas amizades foram perdendo força com os anos (se é que alguma vez a tiveram). Agora estão mesmo fora do prazo, prestes a azedar. Num destes casos, terminar esta amizade que já significou muito é infinitamente mais difícil do que começar outra, mesmo se o amigo se transfigurou em algo que já não reconhecemos.

26 de março de 2010

Not a brand junkie, #1: Edição bebidas


Quando não há tempo, paciência nem inspiração para escrever coisas de jeito, fazem-se posts mais simples. Este é dedicado à P. Futuras aparições trarão o nosso Shóne, prometo!


Isto é fantástico. Não é bem "limon & nada" porque, guess what, tem carradas de açúcar, mas é muitíssimo viciante, refrescante e não tem gás. Para além disso, o design lembra as garrafas de vidro, é alegre e um pouco infantil, o que se adequa a quem que, como eu, mantém a criança interior bem viva dentro de si!

12 de março de 2010

Menina da cidade


Um destes dias, uma gaivota passou de rajada a menos de 20 cm de mim. A esfaimada ia certamente em busca de uma apetitosa tainha nas águas turvas do Tejo, mas o meu salto foi tão grande que parecia ter avistado um dodo ressuscitado, logo em Lisboa*!


*Agora que pensamos nisso, teria sido um belo furo jornalístico. Hesito na estação de TV/Rádio a contactar e os diálogos na minha cabeça dariam outros posts.

11 de março de 2010

E por hoje é só isto #2



True friends stab you in the front.” (Oscar Wilde)


Podia dizer que a amizade é das coisas mais importantes da vida. Podia dizer que se define alguém pelos seus amigos - comigo teriam azar porque os meus formam um grupo muito heterogéneo - ou que sem amigos não se pode ser totalmente feliz. Que opção é verdadeira? D: All of the above, and then some.

Não faço amigos facilmente. Sou desconfiada, mas distraída e incapaz de fingir na esmagadora maioria das situações. Já investi em amizades sem futuro por interpretação errada de intenções de um amigo da onça, já dei mais de mim do que mereciam. O tempo e a assertividade tomaram rédeas na minha vontade de ser amiga de toda a gente, já que, sejamos sinceros, nem toda a gente o merece*, plain and simple.
Nos momentos em que consigo sentir a amizade a nascer - palavra demasiado simples para o instinto quase gutural que retira as camadas com que nos apresentamos aos outros, ao reconhecê-la no seu estado puro, natural, verdadeiro - lenta e genuinamente, transfiguro-me. A desconfiança e distracção minguam; a genuidade, essa, é defeito de fabrico.

*Ao contrário do que diz a Mo'Nique, nem toda a gente merece ser amada. Perdoada, com certeza. Amada, tenho as minhas dúvidas.

6 de março de 2010

Awesome siblings, #2: a duet



Acabo de chegar de uma sessão pouco habitual de miniconcerto doméstico com homenagem semi-póstuma a dois grandes senhores da música mundial: David Bowie e Freddie Mercury. Não sei se eles a apreciariam dado o instrumental ter sido interpretado pelo V. em Guitar Hero (pelo menos é melhor que SingStar) e a voz ter sido maioritariamente minha, que felizmente chega aos agudos todos sem se espalhar.

(Nota: Eu e o meu irmão V. temos a sorte de ter crescido a ouvir mais pop/rock portuguesa e anglófona, entre outros estilos - sobretudo jazz e bossa nova - do que muito boa gente. Claro que na adolescência fugimos para prazeres agora soberbamente culpados como boy/girlbands muito pirosos, bem como o ocasional Netinho ou Britney Spears, mas isso são águas passadas. Voltámos à casa-mãe como filhos pródigos que continuam a beber dessa fonte interminável que é a (boa) música).

4 de março de 2010

E por hoje é só isto

"Reservo-me o direito de ser infeliz"- O Selvagem, Admirável Mundo Novo

3 de março de 2010

Chegou o dia

em que tenho de dizer adeus a um amigo muito querido.
Amparaste-me nos momentos de cansaço, divertiste-me com as tuas historietas que mudavam todas as semanas, trouxeste uma nova cor à minha vida que foi mudando com as estações. Contigo aprendi a plantar as raízes e construir os alicerces de novos projectos, que cresciam à medida do nosso contentamento.
Chegou no entanto um ponto sem retorno. As raízes murcharam, os alicerces ficaram destruídos. Tu bem que reclamaste a minha atenção renovada, mas é demasiado tarde.
Lamento meu querido, mas estou demasiado crescida para ti.
Até à próxima, querido Farmville.

My favourite

Não basta a simples empatia,

Não chega o mero encantamento;
Há que escutar o chamamento,
Responder ao fascínio com ousadia.
Porque o tempo impõe a sua tirania,
E hoje já é ontem num momento;
E no amanhã resta o pensamento,
De como aquele belo rosto seduzia.
No mesmo local mas em outro dia,
No mesmo instante mas desatento;
E pelos desencontros fica o lamento,
Uma dor surda e amarga melancolia.
Porque não basta apenas vontade:



Nada está decidido no amor. Mesmo que seja isso que queiramos, um amor genuíno, cúmplice, espontâneo, estúpido, é justamente raro. Quantos de nós estarão dispostos a amar sem reservas, sem garantias, sem vantagens? Enquanto a poesia acima é, quanto a mim, belíssima na ilustração do acaso no amor, houve quem se expressasse com definitiva síntese em prosa, mas nunca é demais lembrar. Amor é esta dualidade inexplicável entre momentos de tortura e felicidade absolutos.

"O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto." (Miguel Esteves Cardoso)

Work in progress

(aviso à navegação: post ligeiramente lamechas à frente)

Impulsividade selectiva. Cultive-se um filtro que permita evitar as parvoíces não apropriadas para a situação, mantendo os instantes de génio e epifania que, sendo raros, me sabem pela vida. Perder o medo de tentar, sem deixar de ter dúvidas, porque posso tê-las, independentemente da velocidade ou mesmo garantia da sua resolução. E isso faz toda a diferença.