24 de fevereiro de 2010

Schotaque aschim, só na Gergóvia! ou I have an awesome brother

Acto I, Cena I.

Entra V. armado de escova de dentes entre os beiços, tapando a eventual gosma mentolada com a mão esquerda debaixo do queixo.

V.
Shrrabiarshh sque o Barkl eshtá mnu quicker?

J. retira os fones das orelhas. 

J.
Hã?

V.
Shrrabiarshh que o Barkl, aquele que goshtash de ouvir, eshtá mnu quicker?

J.
Quem está no quê?

V.
Mnu Quicker! 

V. [aparte]
Então mas ela não percebe? 

V. 
No pácharo ajul! O Quicker!

Silêncio. Escova sai finalmente de entre os beiços de V., que, frustrado, ri.

J.
Ah, o Twitter!

V. volta a pôr a escova de dentes no seu lugar de direito, após a resolução do mistério.

V.
O Barkl! Tem dkfjffiu(indecifrável)dfkjffj-entos scheguidores lá no pácharo ajul.

Irmão mai'novo sai, para concluir a sua rotina nocturna. Retorna à boca de cena alguns minutos depois, já sem vestígios das suas abluções para além de uma leve e agradável fragrância fresca que paira no ar.

V.
Mana*, vai ver o freedomhouse.org, têm lá informações muito fixes. Estou a usá-lo no meu trabalho.. Nesse site não consideram a China um país livre ou independente :)

*sim, sou carinhosamente chamada de mana pelo meu irmão. Pelo contrário, eu chamo-lhe diminuitivos muito mais fofinhos (como Peste).

23 de fevereiro de 2010

21 de fevereiro de 2010

Madeira


 
Todas as fotos @ Sol

Tudo o que qualquer um de nós possa escrever não chega para descrever o choque e sofrimento na belíssima ilha da Madeira. Muita tinta vai correr devido às causas e consequências deste desastre, mas neste momento só interessa cuidar dos sobreviventes e procurar os mortos. Hoje, somos todos madeirenses.

20 de fevereiro de 2010

Os meus Avós

E agora algo completamente diferente:
Porque toda a gente precisa de mimos de vez em quando, vou passar o fim-de-semana com os meus avós.
A minha Avó Z. é uma mestre dessa fantástica disciplina: espantosa nas artes do bom-humor, cozinha e conversa (em variadíssimas línguas), amante de séries de televisão e música maravilhosa que atingiu o zénite quando eu ainda não era nascida, mãe-galinha e dona de uma das mentes mais abertas que conheço. Seriously, I love that woman. O meu Avô V. tem uma biblioteca e discoteca invejáveis que desde sempre me habituei a namorar, é um dos melhores fotógrafos que conheço e joga ténis todas as tardes com o mesmo gosto de há 50 anos.
Last but not, never ever least, o meu Avô R. e eu temos uma relação atípica (pelo menos nos tempos que correm) desde há uns anos para cá. Sempre que vou a casa dele tenho algo à minha espera: salada de polvo, uma mensagem especial, fotografias de outros tempos para eu ver, um pedaço de tecido ou uma peça de roupa que foram da minha avó M. Acho que foi dele que herdei esta minha vontade de aprender mais sobre tudo um pouco -  teve vários hobbies ao longo da vida, desde bombeiro socorrista a arrumador nas touradas, para assistir de borla (!). Como todos os homens de que mais gosto, não fala muito e mostra as suas verdadeiras cores pelas acções, não pelas palavras.
São e foram, cada um à sua maneira, grandes pais. Vou muito adiantada em relação ao dia dos Avós, mas fica aqui a lembrança e pequena homenagem, até porque não os vejo há algum tempo.

Adenda relativamente ao post anterior: Wee, já me consegui inscrever no que queria :)

Um-do-li-tá, cara de amendoá

Quando nos apercebemos de que somos a única pessoa do nosso curso numa cadeira cujo programa é, por falta de melhor palavra, riló na sua essência engenheiral de catalogar tudo até à última geração, chegamos à conclusão de que é melhor ir ler as outras propostas para o segundo semestre. Porque planear os próximos seis meses pode, segundo o que almas simpáticas tendem em dizer-nos, decidir a nossa carreira no futuro. (O que até é útil quando, aos 21 e 3/4, não fazemos a mínima ideia do que vamos fazer em Setembro do ano que vem - segundo alguns professores, o nosso futuro está em caixas de supermercado ou um nome no centro de emprego. Para todos, um óptimo dia ;)).
Como a Lei de Murphy é mais do que provável nestas alturas, o sistema informático da FCT está em manutenção ou lentíssimo enquanto estou a tentar mudar a cadeira de opção. CLIP, I love you to pieces!

Adenda inteiramente relacionada: Para os meus professores, mentores desde o primeiro dia: um dia escrevo-vos cartas de agradecimento, pela inspiração que me deram nos anos que passamos juntos. Agora os idiotas que de vez em quando teimam em pulular pelos estrados, desmotivando alunos e funcionários por igual e agindo de forma menos madura do que uma criança na creche, um cumprimento à Joe Berardo para todos vocês. 

19 de fevereiro de 2010

Crónicas da Androginia #1

  
de Jornale Curitiba                                de The Non-Blonde

Desde que me conheço que me sinto confortável tanto em lojas de ferragens como em perfumarias e lojas mais vaidosas do género.

Orgulho (parte I)

Pride is an admission of weakness; it secretly fears all competition and dreads all rivals. (Fulton J. Sheen)
Um dos significados do orgulho é traiçoeiro e enganador. Não há consequência nenhuma do orgulho nas características que não podemos mudar ou que não controlamos totalmente - provavelmente não há quem se orgulhe dos problemas congénitos no coração ou da esquizofrenia. Ter orgulho em ser caucasiano, na cor dos olhos ou na nossa religião não faz sentido para mim. O orgulho irracional em relação a algo que nos foi atribuído aleatoriamente não é algo de que queira fazer parte. 
Tive sorte em ter nascido numa época em que podia votar, casar-me e viver livremente, num local do planeta que me reconhecia esses direitos. Orgulhar-me-ei se contribuir com algo palpável para o meu país, o meu continente, o meu planeta.


A man may and ought to pride himself more on his will than on his talent. (Honoré de Balzac)
O outro significado do orgulho centra-se nas acções: os projectos em que participamos, que podemos criar, alterar, ajudar, correspondendo e ultrapassando as nossas capacidades. Orgulho-me das relações que ajudei a criar e manter com as pessoas importantes para mim. Orgulho-me dos meus feitos e nos dos que amo, nas vitórias e desafios alcançados, por pequenos que sejam. Do trabalho, do esforço, do prazer na aprendizagem - aliás, a minha apresentação facebookiana é precisamente essa: serei para sempre uma aprendiz. Foi por isso que vim para ciência, para aprender um pouco mais cada dia, para me fascinar com o conhecimento partilhado entre todos.

De que se orgulham vocês?



Mini-Férias no Norte: Sightseeing

Nesta semana de Carnaval fui com a família para os lados de Aveiro.
Enquanto lá estivemos, passeámos bastante: Águeda, Aveiro, Seia, Serra da Estrela, Porto, Póvoa do Dão, Vila do Conde.
Na Serra, o piquenique da A. foi uma ideia fantástica - estava tanta gente que não conseguimos chegar à Torre. Estão a ver a pequena casa em ruínas da primeira imagem? Desci quase até lá no meio de tombos e muito riso. Prefiro mil vezes neve, campo ou cidade a praia e só tive pena do pouco tempo que lá estivemos.
 

O destino seguinte foi a Póvoa do Dão, uma pequena aldeia medieval recuperada numa encosta. Eu e o meu irmão V. apaixonámo-nos por um gato que por lá andava... Se não fosse o ciúme da minha Ruca ainda tinha pensado duas vezes em trazê-lo para casa, mas parecia bem tratado pelos donos do restaurante :)

 


Aproveitámos também para algumas compras, que depois mostro aqui.

11 de fevereiro de 2010

La Mala Educación

"A verdadeira educação consiste em pôr a descoberto ou fazer actualizar o melhor de uma pessoa." (Mahatma Gandhi)


Ontem, numa ida às compras com a minha mãe, loja sim loja não onde entrávamos ninguém nos respondia ao "Boa tarde" que dizíamos ao entrar. O cúmulo foi quando chegámos à Biju dos Armazéns do Chiado. A loja estava quase às moscas, por razões que seriam aparentes muito em breve. 
Nesta loja, as empregadas cantavam alegremente a música das aparelhagens e discutiam em estilo revisteiro e em grande detalhe sobre o caminho entre as suas casas e a loja, com as vantagens e desvantagens de cada transporte que usavam. A minha mãe e eu estávamos a namorar umas clutches muito engraçadas em saldo quando a empregada me deu um encontrão na sua animação da conversa com a colega. Eu fiquei sem palavras - o que não é comum em mim - e perguntei, "Mãe, vamos embora? Acho que já chega, elas devem querer ficar sozinhas" (a falar dos seus mais recentes telemóveis). As empregadas ficaram chocadas, suponho que por lhes termos dirigido a palavra, sem duas clientes e a loja ainda mais vazia do que quando entrámos.
Bolas, há um meio-termo entre a empregada demasiado solícita que conseguiria vender um champô a um careca e estas duas meninas, que desprezavam toda a gente que entrava na loja - precisamente as pessoas que podem ajudá-las a serem promovidas com as suas compras, ou contribuir para o seu desemprego com a sua ausência.

Momentos perfeitos #2

 

Chocolate quente acompanhado de torradas numa tarde gélida de Inverno, para acabar em cheio uma ida aos saldos com a minha mãe.

6 de fevereiro de 2010

Cidade etérea

Na viagem de barco de hoje, ao meio dia, ainda havia nevoeiro. No início da viagem tudo ao redor era bruma, o que só me fez lembrar a viagem para Avalon*. Como me sento à janela, fui olhando lá para fora e a certa altura, o nevoeiro descerrou e começou a descortinar-se uma silhueta muito diferente daquela à que estamos habituados. Os prédios altos estavam ainda escondidos, as figuras mais discerníveis eram sinuosas, brilhantes - conseguia vê-las mudar pelo canto do olho, quando olhava em volta. Era muito poético, quase como se o traço da cidade estivesse a ser alterado pela natureza, deixando-nos ver os vários cenários de Lisboa, tanto reais como hipotéticos.

Poucos minutos depois, já conseguia distinguir os traços habituais da cidade, os prédios, jardins e barulhos de sempre. Por um minuto, no entanto, foi e não foi Lisboa.

Quando saí do barco vim a matutar comigo mesma, logo tu que nunca és lamechas, mas este momento fez-me parar, esquecer a manhã estupidamente surreal que tive, deixar a mente vaguear... E gostei tanto da lembrança que a escrevi, para me lembrar e a partilhar. 

 *sim, eu li os 4 livros inteirinhos - aos 13 anos, guilty pleasure assumido :)

Momentos perfeitos #1

Atracando, tirado à socapa pelo meu Nokia 5300 em fim-de-vida.

Ver os senhores da Transtejo a manobrarem o barco para atracar, especialmente os que partilham o trabalho com cordas (amarradores?). Cais do Sodré, 12h


Nota: Eu não costumo ser tão má fotógrafa, deve ter sido dos solavancos :P

T-11

11 dias de férias até ao próximo semestre! Finalmente posso dedicar-me a engraçados projectos vulgarmente denominados de "dormir", "namorar" e "não fazer nenhum". Viva o Carnaval, viva a pausa entre semestres :D

Fim dos exames!

Saí hoje do meu último exame do 1º semestre. As melhorias que podia fazer ficam para o ano, porque ao olhar para este horário de exames que passou apetece-me chorar - duas semanas e um pouquinho em cada época para 5 cadeiras, a mais curta que tive em 9 semestres na faculdade. Como estive adoentada na semana do meio da primeira época, estragou-se o método de estudo. Enfim, como disse uma colega minha, Setembro também é mês!

Este último exame, dizia eu, foi surreal. Comparando com matemática, a matéria dada e o exame de época normal pediam algo parecido com o Teorema de Pitágoras - acessível, simples, útil para o conhecimento em geral e relativamente rápido de fazer - e com a sorte que tenho, passei o exame indisposta e acabei por desistir. O exame de recurso pedia o equivalente à solução da Hipótese de Riemann em três horas, para meia dúzia de gente que tinha planeado a sua vida para passar apenas em recurso. Isto a seguir a ter perguntado a uma professora da cadeira se os dois exames iam ser semelhantes, ao que me respondeu que sim, isto era sempre tudo igual. Não percebo se quiseram chumbar toda a gente (not unlikely) ou se tiveram um acesso de criatividade para o exame que fiz hoje..

1 de fevereiro de 2010

Permanentemente gravado nas sinapses

Freddie & the gang. Nunca, nunca falha: pouco mais de três minutos e meio de alegria coesa, inteira. "Adoro esta canção" nem sequer começa a descrever o que sinto quando ouço as notas iniciais!



Agora, de volta ao estudo. Sábado ainda parece tão longe...