25 de janeiro de 2010

Como azeite e água,

um está sempre acima do outro. Tal é o caso entre o Ricardo Araújo Pereira e o Alberto Gonçalves. 


 


Cá em casa, todas as quintas-feiras temos uma competição cerrada pela Visão e a Sábado. Fora os artigos generalistas, as crónicas da última página são as mais comentadas, por motivos muito diferentes. 
O RAP trata quase sempre o assunto da crónica como uma maravilhosa cebola com camadas progressivamente mais complexa e delirantemente engraçadas, enquanto o Alberto Gonçalves (crónicas disponíveis online apenas em vídeo, do resultado da minha curta pesquisa) compensa a falta absoluta de humor com doses generosas de preconceito e enfado. Algumas das últimas crónicas são prova disso: Casamento homossexual? Não gosta, não vê a finalidade. Neve? É uma chatice, só serve para os urbanos, tolos com a novidade, se regozijarem alguns dias por ano. Esperam-se tópicos futuros acerca de amizade, a arte de criar algo com as próprias mãos, crianças, chocolate, leitura, aprendizagem e humor despreocupados, a vida em geral no que tem de melhor.
Entendo que o RAP possa não ter piada ou um texto genial todas as semanas, mas a mediocridade coenrente dos textos que li do sociólogo que não pratica o que prega inspirou esta comparação. No mundo do cinema, pensando na Mafalda, é comparar Martin Scorsese com Michael Bay: obras-primas com shock value destilado às massas.


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