6 de fevereiro de 2010

Cidade etérea

Na viagem de barco de hoje, ao meio dia, ainda havia nevoeiro. No início da viagem tudo ao redor era bruma, o que só me fez lembrar a viagem para Avalon*. Como me sento à janela, fui olhando lá para fora e a certa altura, o nevoeiro descerrou e começou a descortinar-se uma silhueta muito diferente daquela à que estamos habituados. Os prédios altos estavam ainda escondidos, as figuras mais discerníveis eram sinuosas, brilhantes - conseguia vê-las mudar pelo canto do olho, quando olhava em volta. Era muito poético, quase como se o traço da cidade estivesse a ser alterado pela natureza, deixando-nos ver os vários cenários de Lisboa, tanto reais como hipotéticos.

Poucos minutos depois, já conseguia distinguir os traços habituais da cidade, os prédios, jardins e barulhos de sempre. Por um minuto, no entanto, foi e não foi Lisboa.

Quando saí do barco vim a matutar comigo mesma, logo tu que nunca és lamechas, mas este momento fez-me parar, esquecer a manhã estupidamente surreal que tive, deixar a mente vaguear... E gostei tanto da lembrança que a escrevi, para me lembrar e a partilhar. 

 *sim, eu li os 4 livros inteirinhos - aos 13 anos, guilty pleasure assumido :)

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